Sinopsis
A proposta desta publicação é reunir especialistas, cuja produção se identifica com a questão indígena, tendo como objetivo a realização de uma obra voltada para aquilo que se compreende como a participação e a atuação das populações originárias na construção de diferentes contextos históricos.
Este livro representa uma interessante proposta para reconsiderar o uso de categorias conceituais no estudo das interações indígenas com os sujeitos coloniais no passado e com os atores de um mundo globalizado. Neste cenário, discute-se o conceito de protagonismo em relação à sua idoneidade metodológica para discernir o papel dos indígenas como sujeitos ativos nos processos históricos, o que requer, antes de tudo, o abandono de visões calcificadas numa pretensa pureza nativa.
Desde diferentes perspectivas, os artigos aqui reunidos oferecem um amplo espectro de temas, mediante os quais é possível dimensionar as manobras estratégicas nas diferentes situações de contato, amalgamando tradições culturais próprias e alheias. Assim o demonstram as reflexões acerca dos intercâmbios fronteiriços para além dos encontros bélicos; a contribuição dos saberes indígenas à ciência missioneira; a formação de uma cultura escrita e o registro da memória indígena; as negociações e as redefinições identitárias frente aos condicionantes externos; os questionamentos acerca da capacidade da linguagem para recuperar os significados originais e, com isto, o pensamento nativo e as razões que permitem valorizar a intervenção indígena nos processos de "etnicidade dirigida" pelos não índios nas políticas indigenistas.