Xamanismo: A Palavra Que Cura

  • Autor: Marcel De Lima Santos
  • Editor: Paulinas
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Sinopsis

Xamanismo: a palavra que cura situa-se no plano da literatura comparada e nas suas articulações pós-modernas com as teorias pós-coloniais. Na perspectiva do confronto e da interpelação, o trabalho de Marcel de Lima serve-se da noção de conflito, no plano metafórico, para configurar o xamã como um guerreiro. "Ele é a encarnação dos poderes da cura mística; para além do alcance da ciência e da medicina, as quais saram, mas não curam; ele age de acordo com os mandamentos dos espíritos da natureza; ele se dirige ao conhecimento como quem vai à guerra, disposto a derramar seu sangue nos campos de batalha." O livro anota com precisão três fases distintas da metamorfose ocidentalizante do xamã. Nos dois primeiros séculos da ocidentalização das Américas, ele é tido como figura diabólica. No terceiro século, ganha os contornos de figura exótica, acusado de charlatão. E, finalmente, na modernidade, é acatado como personagem e fermento do discurso etnopoético, que redefine a poesia em termos de especificidades culturais, com ênfase nas tradições outrora chamada de pagãs, tribais, orais etc. Nessa terceira fase, o xamã não é mais tolerado, é respeitado por todos aqueles que se lançam à compreensão das perplexidades da contemporaneidade. Ele é fator de diálogo e é fundamento da etnopoética. Não há como caracterizar de maneira simples e uniforme as práticas xamânicas entre nós. Além de eterno sobrevivente, ou melhor, além de um lutador pela sobrevivência no interior de "sistemas perversos", o xamã é também, como o deus Proteu, um ator que interpreta vários papéis no correr da história da ocidentalização dos seus povos. O fenômeno do xamanismo tem sido, acima de tudo, um conjunto de práticas em constante transformação, que tem mostrado um grande senso de adaptabilidade em qualquer tipo de encontro multicultural no qual se tenha envolvido.